Cicatriz na Cirurgia de Prótese de Mama: Quais as Opções e Qual a Melhor?
A cirurgia de aumento mamário com prótese é uma das mais realizadas no mundo. Entre as dúvidas mais comuns das pacientes está a localização da cicatriz. Afinal, onde ela fica e quais são as vantagens e desvantagens de cada opção?
Neste post, explicamos as três principais vias de acesso para colocação da prótese de mama – inframamária, periareolar e axilar – com suas características, prós e contras, além de dados estatísticos para ajudar na decisão.
1. Inframamária: A via mais utilizada no mundo
A incisão inframamária é feita no sulco natural abaixo da mama. É a técnica mais utilizada nos Estados Unidos, América Latina e Europa.
✅ Vantagens:
Acesso direto ao plano de colocação da prótese (subglandular ou submuscular), com mais precisão.
Menor risco de contaminação e contratura capsular.
Excelente controle do sangramento e simetria.
Com o tempo, a cicatriz fica escondida no sulco mamário.
❌ Desvantagens:
Pode ficar visível quando a paciente está deitada ou se o sulco for alto.
Em pacientes com sulco mamário muito alto, pode haver necessidade de ajustá-lo.
📊 Estatísticas:
De acordo com a American Society of Plastic Surgeons (ASPS), cerca de 75% das cirurgias de aumento mamário nos EUA utilizam o acesso inframamário. Estudos mostram taxas menores de contratura capsular (<5%) nessa via, especialmente quando associada a técnica “no-touch” com funil e antibióticos locais.
2. Periareolar: Discrição e multifuncionalidade
A incisão periareolar é feita na borda inferior da aréola, sendo uma opção popular quando há indicação de correção de assimetrias ou alterações na forma da mama.
✅ Vantagens:
Cicatriz disfarçada na transição da aréola com a pele.
Permite acesso mais amplo ao interior da mama, útil em casos de mastopexia associada.
❌ Desvantagens:
Risco um pouco maior de contaminação, pois passa pelos ductos mamários.
Pode haver alteração temporária ou permanente da sensibilidade da aréola.
Contraindicada em pacientes com aréola pequena.
📊 Estatísticas:
Estudos mostram que o acesso periareolar está associado a uma incidência ligeiramente maior de contratura capsular(6%–10%), principalmente em próteses texturizadas de primeira geração. Ainda assim, é amplamente usada em mastopexias com prótese, pois permite o reposicionamento da aréola com boa estética.
3. Axilar: Cicatriz fora da mama
A incisão axilar é feita na prega natural da axila e é escolhida por pacientes que não desejam cicatriz na mama. Única que não cicatriz na região da mama....
✅ Vantagens:
Não deixa cicatriz visível na mama.
Ideal para pacientes com tendência a queloide em tórax.
❌ Desvantagens:
Acesso mais distante, cirurgião tem que ter experiência e material.
Técnica mais desafiadora e geralmente exige uso de endoscópio.
Limitação cirurgias futuras de troca ou revisão da prótese, porém se o cirurgião tem experiência não é uma contra-indicação.
📊 Estatísticas:
Menos de 10% das cirurgias de aumento mamário nos EUA usam o acesso axilar. Apesar do apelo estético, estudos mostram que pode haver maior assimetria e risco de má posição do implante quando não realizada por cirurgiões experientes.
🟢 Nossa experiência:
A via axilar é a técnica preferida por nossa equipe, sendo utilizada de forma segura e reprodutível mesmo sem endoscopia, com resultados consistentes e alta satisfação das pacientes, sendo realizada de rotina há mais de 25 anos. Contamos com mais de 15 artigos científicos publicados em periódicos internacionais abordando variações técnicas, indicações, complicações e resultados a longo prazo dessa abordagem em cirurgias primárias e troca de prótese e utilizando diferentes tipos de prótese de silicone.
Referências científicas selecionadas
Munhoz AM, Gemperli R, Sampaio Goes JC.
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Subfascial Axillary Hybrid Breast Augmentation: Technical Highlights and Step-by-Step Video Guide.
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Subfascial Ergonomic Axillary Hybrid (SEAH) Breast Augmentation.
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Subfascial Transaxillary Breast Augmentation: 25-Year Review of 1015 Cases.
Plast Reconstr Surg. 2025;155(3):462–476. doi: 10.1097/PRS.0000000000011612. PMID: 39023435Munhoz AM.
Scar Perception and Outcomes After Transaxillary Breast Augmentation.
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Subfascial Transaxillary Breast Augmentation Without Endoscopic Assistance.
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Soft Weight Hybrid (SWEH) Concept: Silicone Implants + Fat Grafting.
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Conclusão: Qual a melhor opção?
A escolha da via de acesso deve ser feita em conjunto com o cirurgião plástico, levando em conta:
Anatomia da paciente
Tipo e tamanho da prótese
Presença de ptose mamária (queda)
Histórico de cicatrização
Expectativas estéticas e experiência do cirurgião com a técnica.
A via inframamária é hoje a mais utilizada mas nem sempre é a melhor, mas cada caso é único. O mais importante é ter uma conversa aberta com seu cirurgião, entender os prós e contras e escolher a técnica mais adequada ao seu corpo e aos seus objetivos.
Sobre o autor
Dr. Alexandre Mendonça Munhoz é cirurgião plástico com mais de 25 anos de experiência em cirurgia estética e reconstrutora da mama. Atua como palestrante internacional, autor de mais de 200 artigos científicos e referência em técnicas modernas de implante e reconstrução mamária.
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